domingo, 8 de agosto de 2010

O retrato em sépia

O ESCRITOR – Dezembro, 2002
Caio Porfiro Carneiro
“O retrato em sépia”  ( … ) Uma particularidade de “O retrato em sépia”, no campo formal, é o viés incrível e notável do autor de transferir praticamente toda a história para o campo das falas, para os diálogos oportuníssimos, que se sucedem, quase sem solução de continuidade, dão força e colorido todo especial à criação, mas não se aproximam do teatro.
Esta novela, esta história de Indiana e seu desdobramento, é o tempo que foi e que está presente, e é o presente que busca compreende-Io ( … ).
E vemos perplexos como tudo mudou, e mudou demais em poucas décadas. O autor não faz comparações e não interfere no processo narrativo. Expõe e mostra, em andamento aparentemente calmo, uma calmaria cheia de surpresas e alçapões. A novela é um sopro ameno, enganosamente ameno, porque triste e doído e porque o tempo é voraz ( … ).
Se sai da leitura com aquele sentimento indefinível no coração, que só uma obra de arte pode alcançar; como tudo é vivido e precário no decorrer do tempo.

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